segunda-feira, 23 de março de 2009

Baseado em fatos reais

Estavam na beira do rio, os três amigos, por volta de uma da tarde no intervalo para o almoço. Voltariam logo para a sala de aula. Neste meio tempo: fumar um baseado, porque não? E era um dos grandes! Um verdadeiro BOB! E, só para gastar a viagem: Deus existe ou não?
Foi dada a largada, iniciou-se o debate. Com a palavra o niilista: Ah, é tudo matéria foi se formando gradativamente até chegar ao que é hoje. Veja estamos em evolução, só que ela é tão lenta que não é perceptível, e se não houver uma física há, com certeza, uma psicológica. Os fenômenos sobrenaturais são facilmente explicados: Nós não sabemos a verdadeira capacidade do cérebro, por conseguinte, há vários momentos que só acontecem em nossa cabeça e nada mais.
Contrapõe o físico crente: Ai é que tah maluco, eu acredito que o mundo foi criado com o advento de uma explosão, no entanto onde estava esta tal “bola de fogo mais quente que o Sol”, talvez em um laboratório metafísico-celestial onde experimentos extraordinariamente divinos deram errados e “fez-se a terra, o céu e os mares?” Pura bioquímica espiritual. E desde então este povo daqui é vigiado por “povos” de lá.
O outro... Runh! Não lhe importa como é que aconteceu ou como acontecerá. Interessa-lhe é: acontecer. Então viu que algo já deveria ter ocorrido e diz: Pooôorra, essa massa não é da boa não, ainda toh de cara. Súbitos respondem: É, eu também, mas passa abola mão de cola, não enrrola...
O imediatista fica parado sem colocar o baseado na boca e olhando para o rio, os outros também olham e percebem um homem negro de cabeça raspada, camisa rota (era uma farda escola), bermuda de futebol e os pés n’água. Com uma lata de refrigerante nas mãos apontada para o sol, permanece assim por algum tempo.
Os estudantes não cansam de olhar, inertes, com um único comentário: O doido tah doido. E assim se foi o baseado. Então o extraordinário começa a dar passos contados para frente; abaixa-se e põe a lata n’água; quando a emerge vem em seu lugar uma nave redonda com muitas cores e luzes; adentra no entreposto e voa para algum lugar no espaço.
Os três amigos perplexos com o momento entre-olham-se a indagar: Que loucura, essa maconha é da boa, pra deixar agente olhando um doido beber a água do rio por meia hora. Concorda o outro: Vamo pá sala, maluco, que eu to mais doido que o doido bebedor de coliformes fecais...

jazz

Jazz

No tchiquitjin dõ dõ de um berimbau bem tocado juntamente com o cutu tátu de um pandeiro bem molejado vai-se ao mundo das sincréticas verdades, saindo dos ebós, desviando da inconsciência do medo, quebrando o tempo, indo ao encontro do outro, transformando tudo em açúcar e sal. Com uma saída meio que pra dentro da melodia, tornam-se aos seus misturados devidos lugares. Ajustam-se como se nas cordas dum violão, saindo em baixo entrando de cima... descaradamente, faz-se, indo um ao redor do outro. Saindo, deitando, sentindo um massagear por todo o ouvido, que, conectando-se aos olhos, fazem com que a boca cale e tudo seja som, absorvido...! Enquanto manténs o ebó, ele ti cutuca e não percebes tudo isso!